2008/01/28

Terrenos da Bracalândia...Que negócio!





Pois é, afinal o melhor do negócio CMP/Bracalândia ainda estava para vir!


Como é do conhecimento público a empresa que vai instalar a Bracalândia em Penafiel "comprou" os terrenos (ao preço de custo) à Câmara Municipal de Penafiel. No entanto a C.M.P. estabeleceu uma clausula de reversão desses mesmos terrenos, salvaguardando qualquer incumprimento por parte do promotor.


Convém fazer aqui um pequeno parêntesis, quando referi que a empresa "comprou" os terrenos, não é assim tão linear, pois a empresa só começará a pagar os mesmos à C.M.P. no dia em que a Bracalândia começar a funcionar e durante 10 anos!


Numa das últimas reuniões de Câmara a empresa solicitou autorização para dar os terrenos como garantia para um pedido de crédito junto da banca, esta situação levantou-nos algumas dúvidas, mas como existia o direito de reversão e o Sr. Presidente garantiu que nunca permitiria dar outro fim aos terrenos, foi autorizado.

Na última reunião de Câmara é-nos então apresentada uma proposta verdadeiramente extraordinária, retirar do contrato com o promotor o direito de reversão para a C.M.P. dos terrenos, justificação: se tal clausula não for retirada, o promotor não consegue o financiamento junto da banca!

Como é evidente manifestamos veementemente a nossa discordância com tal decisão. Como é possível que o promotor dê terrenos como garantia junto da banca, terrenos que ainda não pagou à C.M.P., sem que exista qualquer tipo de salvaguarda dos interesses do Município? Que tipo de gestão pública é esta protagonizada pelo Dr. Alberto Santos?

Vamos pôr a hipótese de alguma coisa correr mal e o promotor não conseguir levar avante o projecto, os terrenos ficam para a banca (foram dados como garantia) e a Câmara Municipal de Penafiel recebe ZERO!

Afinal os apoios à Bracalândia não eram só os que foram anunciados inicialmente! As contas destes apoios ainda vão dar muito que falar!

Dá vontade de dizer que assim é fácil fazer negócios...

2008/01/10

Saldos mais cedo!?

Este ano, a época de saldos começa mais cedo, sob protesto da Associação dos Comerciantes do Porto (ACP) para quem se trata de uma antecipação feita à medida dos interesses das grandes cadeias multinacionais.
A nova lei dos saldos, que é de Março deste ano, prevê dois períodos um compreendido entre 28 de Dezembro e 28 de Fevereiro, e o outro entre 15 de Julho e 15 de Setembro.
"Infelizmente, os saldos vão começar mais cedo", comentou ontem, ao JN, Laura Rodrigues, presidente da ACP, recordando a polémica em torno do novo decreto-lei. As datas fixadas são para todo o país, mas promover as rebaixas depende da vontade de cada lojista.
A ACP, destacou Laura Rodrigues, "é contra esta alteração nos saldos". Para explicar a relutância, notou, por exemplo, que o cliente pode acabar por não comprar os presentes de Natal até dia 24, e decidir esperar mais uns dias pelos saldos. O que considera ser prejudicial para o bolso dos comerciantes locais.
"É cedo demais, quer nesta época de Natal, quer no Verão", criticou a dirigente da associação.
Laura Rodrigues afirma não ter dúvidas de que a antecipação se prende com "interesses de cadeias internacionais" (que, por exemplo, têm lojas de vestuário ou calçado no Porto), cujos "produtos são importados do Oriente, "onde a mão-de-obra é mais barata". "Para eles, quanto mais cedo melhor, mas não para os empresários portugueses", argumenta a responsável. Para "o comércio independente, era preferível os saldos começarem só em Janeiro", contrapõe.
"Também para a pequena indústria nacional esta alteração é negativa e acaba por desaparecer", notou, igualmente. Em suma, regista que "são as multinacionais que ditam as leis", em prejuízo das pequenas e médias empresas (PME).Perante o novo cenário que terá lugar já esta semana, Laura Rodrigues fala em "concorrência desleal, sobretudo para a indústria portuguesa".
Carla Soares

PCP aponta para 200 mil desempregados no comércio

O PCP considera que o impacto do aumento do número de grandes superfícies vai ser muito negativo e levar, só nos próximos dois anos, a que mais 200 mil empregados do comércio tradicional fiquem sem posto de trabalho.
Jerónimo de Sousa, secretário- -geral do PCP, reuniu ontem com a direcção da União das Associações de Comércio e Serviços (UACS) de Lisboa, a quem apresentou um projecto de diploma - já entregue no Parlamento - que tem por objectivo interditar as grandes superfícies de abrirem ao domingo, evitando uma situação de concorrência desleal com o comércio tradicional.
"Por cada emprego criado numa grande superfície perdem-se três ou quatro ligados ao comércio tradicional", alertou o líder comunista que lembrou ainda que para além dos empregados existem muitos "pequemos comerciantes que ficam em situação de ruína".
O facto de os comerciantes "não terem direito a subsídio de desemprego"- frisou Jerónimo de Sousa em declarações à imprensa à saída da reunião com a UACS - "implica que o encerramento de lojas leve a situações de grande penúria económica para muitas famílias".

CCP tem "visão muito diferente" da apresentada pelo primeiro-ministro na mensagem natalícia

A Confederação do Comércio Português (CCP) tem "uma visão muito diferente" da apresentada pelo primeiro-ministro na mensagem de Natal e não prevê que a situação melhore em 2008, afirmou João Vieira Lopes, vice-presidente da confederação.

Em especial, no que diz respeito ao desemprego, os representantes do comércio tradicional consideram a situação actual é pior do que parece, já que "o desemprego real é superior àquilo que as estatísticas indicam".
"Só nos últimos três anos, encerraram mais de 20 mil estabelecimentos comerciais em Portugal, sendo que a maior parte dos proprietários e cônjuges que com eles trabalhavam, nem sequer têm direito a subsídio de desemprego", disse à agência Lusa, João Vieira Lopes.

O sector do comércio emprega 750 mil pessoas em Portugal, dos quais, apenas 60 mil trabalham em grandes superfícies e grandes cadeias, sustentou aquele responsável, defendendo o papel do comércio tradicional.

"Cada posto de trabalho criado no grande comércio gera a perda de quatro empregos no comércio tradicional", sustentou, referindo que a abertura de grandes superfícies levou à perda líquida de 54 mil empregos no comércio, nos últimos dois anos e meio.
Por isso, a Confederação está pessimista e considera que o número global de desempregados continuou a aumentar em 2007 e a taxa de desemprego vai subir em 2008.
O crescimento do desemprego "não foi contido" e o crescimento líquido do emprego "por si só, é pouco significativo", afirmou o responsável.

Na tradicional mensagem de Natal, o primeiro-ministro José Sócrates elegeu o desemprego como o problema social que mais o preocupa.
Na mensagem, o primeiro-ministro reconheceu que "ainda não foi possível reduzir a taxa de desemprego", mas insistiu que a economia portuguesa "já está a criar mais empregos do que aqueles que se perdem".
Para o efeito, Sócrates mencionou dados do Instituto Nacional de Estatística, segundo os quais, desde Março de 2005, "a economia criou em termos líquidos 106 mil novos empregos".
Para João Vieira Lopes, "as taxas de crescimento da economia portuguesa, além de serem baixas, repercutem o crescimento de alguns sectores e de algumas grandes empresas, mas não reflecte a situação de milhares de pequenas e médias empresas (PME), que continuam em dificuldades e a reduzir emprego".
Vieira Lopes apontou, também, a necessidade de medidas de discriminação positiva das PME, que representam três quartos do emprego nacional.
FVZ/TD
© 2007 LUSA

Comerciantes esperam 50 mil desempregados

O Comércio perdeu 250 mil empregos desde 2004.

"Nos próximos dois anos, o pequeno comércio vai perder mais de 50 mil empregos", afirmou ao DN José António Silva, o presidente da Confederação do Comércio de Portugal (CCP). O Governo apresentou em Novembro um anteprojecto de licenciamento das grandes superfícies "que liberaliza ainda mais a abertura" de hipermercados e centros comerciais, afirma ao DN o patrão dos comerciantes portugueses, que ameaça agora alinhar numa greve geral com a central sindical CGTP.

Nos últimos três anos, no pequeno comércio desapareceram 250 mil empregos e "agora com a abertura de mais um milhão de metros quadrados, a destruição de emprego", nas lojas, "será ainda maior", refere o presidente da CCP, José António Silva, que vai pedir audiências ao Presidente da República, primeiro-ministro e ao ministro da tutela.