2007/01/04

Movimento Médicos pela escolha


A ausência das vozes dos profissionais de saúde no debate público sobre o aborto e outras questões ligadas aos direitos sexuais e reprodutivos (por exemplo a educação sexual nas escolas) tem sido evidente. Esta omissão tem sido extremamente profícua no que concerne à proliferação de mitos, falsas crenças e desinformação sobre as questões médicas e psicológicas relacionadas com o aborto. Daí que identifiquemos a necessidade premente dos profissionais de saúde se organizarem de modo a contribuírem para difundir conhecimentos científicos fidedignos e favorecer a formação no que concerne ao aconselhamento e ao exercício das técnicas médicas e cirúrgicas de aborto mais seguras, eficazes e eficientes.
Enquanto grupo de profissionais de saúde acreditamos que independentemente das nossas crenças, valores individuais ou religiosos, os/as utentes deverão sempre ter acesso a um aconselhamento não directivo, baseado em informações fidedignas, científicas e actualizadas no que concerne à saúde sexual e reprodutiva, nomeadamente no que diz respeito à gravidez não desejada.
O papel fundamental do profissional de saúde é contribuir e zelar pela saúde (em sentido lato tal como definido pela OMS) e bem estar pessoal da comunidade na qual está inserido, como sabemos o seu contributo para a saúde sexual e reprodutiva é crucial na medida em que a sexualidade é uma pedra basilar da saúde nas sociedades ocidentais actuais. Cabe-nos então contribuir para que os portugueses/as vivam de forma plena e consciente a sua sexualidade e para tal teremos de participar pró-activamente na educação sexual e proporcionar serviços de qualidade no domínio do planeamento familiar, aborto, infecções sexualmente transmissíveis, transsexualidade e infertilidade e contribuir para que de facto o acesso aos (melhores) cuidados de saúde seja universal.

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